
Uma série de levantamentos feitos pelo Comando364 escancara, mais uma vez, o rastro de desmandos, abusos e completa irresponsabilidade que marcou a gestão de Isaú Fonseca em Ji-Paraná. A cada novo documento divulgado pelo Tribunal de Contas, fica mais evidente que o dinheiro público era tratado como propriedade privada dentro da Prefeitura, num esquema tão repetitivo que parece ter se tornado método de governo. Agora, o TCE-RO abre mais uma Tomada de Contas Especial exigindo que Isaú Fonseca e sua trupe devolvam os recursos desviados do povo. 
A conversão do processo em Tomada de Contas Especial abrange contratos de locação de galpões utilizados pela Secretaria Municipal de Educação, contratados com valores superiores ao praticado no mercado de Ji-Paraná. A análise dos processos administrativos 1-11458/2022, 1-2042/2024 e 1-5762/2024 comprovou que os aluguéis firmados pela gestão Isaú violaram os princípios da economicidade e da legalidade, já que avaliações técnicas demonstraram valores pagos acima da média de mercado para imóveis equivalentes. 
Após quase 12 meses do fim da gestão Isaú Fonseca, os prejuízos deixados à cidade começam a ser totalmente expostos e cobrados pelo Tribunal de Contas, revelando a herança de quatro anos considerados os mais tenebrosos da história administrativa de Ji-Paraná. As análises consolidadas pelos técnicos do TCE mostram que as irregularidades não foram fatos isolados, mas sim uma sequência contínua de danos e violações que agora chegam à fase de responsabilização. 
Com o término da apuração, o Tribunal consolidou o dano ao erário no valor de R$ 166.765,49, resultado do superfaturamento do primeiro contrato, da irregularidade no segundo contrato e do reconhecimento de dívida pago de forma indevida. Parte dos valores chegou a ser retida pela atual administração, mas sem alcançar o montante total do prejuízo causado. 
O TCE atribuiu responsabilidade solidária ao ex-prefeito Isaú Fonseca, a ex-secretários, membros das comissões de avaliação, procuradores municipais e aos proprietários dos imóveis envolvidos. De acordo com o órgão fiscalizador, houve condução irregular de procedimentos de dispensa e inexigibilidade de licitação, laudos de avaliação deficientes, pareceres jurídicos emitidos sem respaldo técnico e pagamentos liquidados sem cobertura contratual. Todos os responsáveis serão citados a devolver os valores ou apresentar defesa. 
A Corte também determinou o fim do sigilo processual, já que a fase de apuração foi oficialmente concluída. A decisão torna o caso público e permite à sociedade acompanhar de forma integral todos os atos relacionados à cobrança dos valores e às manifestações dos envolvidos. 
As investigações e decisões anteriores do TCE envolvendo a gestão Isaú Fonseca já apontavam um padrão de descontrole administrativo e práticas lesivas ao patrimônio público. Agora, com mais essa Tomada de Contas Especial, fica ainda mais evidente que a administração de Isaú parecia estruturada para roubar os cidadãos jiparanaenses, funcionando como um sistema organizado de corrosão do patrimônio coletivo. As apurações mostram que agentes públicos e particulares atuavam como verdadeiros cupins do dinheiro da população, destruindo recursos que deveriam atender às necessidades da cidade.
